Mãos
Estas carícias que trocamos
de vez em quando
mesmo antes de adormecer,
enquanto lá fora resmoneia o vento
e cá dentro tudo repousa do que é,
talvez digam mais do nosso amor
que todo o querer com que nos abraçamos
levados pelas rajadas do desejo:
um mesmo vento poderia erguer-se
em planícies mais suaves,
enquanto estas mãos,
já cautas e endurecidas,
apenas sabem passear
onde existe amor.
Um poema de Àlex Susanna
em Bosques e Cidades,
tradução colectiva revista e
apresentada por Rosa Alice Branco (Mateus, Outubro de 1995), Lisboa: Quetzal
Editores, 1996, p. 20.
Foto : https://www.pinterest.pt/cinafraga/
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