quinta-feira, 9 de março de 2017




Depois da pausa,
na sua elegância filiforme,
as figuras musicais tendem a juntar-se
no olhar cansado do músico.
No entanto, pouco importa a pauta
se já estiver escrita na alma
com dedos e sentimento.
Pianinho,
os sons tendem a navegar em crescendo.
Quando levanto as pálpebras,
há como chocolate opíparo
aquecendo-me por dentro...
no sorriso do teu olhar esterlino
onde dançam os anjos
e os arcanjos cantando o hino.
Apoteótica,
a sensação opiácea é veemente
as dores tardias já não importam
nem as notas fantasmas mentem
ao som da melodia eufórica
do amor - em escala ascendente
em cada nota abraçada
nesta sintonia empolgante.


Pj.Conde-Paulino



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