quinta-feira, 30 de março de 2023

 

 

Há na sensualidade uma espécie de alegria cósmica.

 

Jean Giono, escritor francês (1895-1970).

 

 


 


 

 

 

terça-feira, 28 de março de 2023

 

 

 


 

Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar...

Tu amas, sofres e sentes. Dança!

 

Isadora Duncan

 

Angela Isadora Duncan foi uma coreógrafa e bailarina norte-americana, considerada a precursora da dança moderna, aclamada por suas apresentações em toda a Europa. Nascida na Califórnia, viveu na Europa Oriental e na União Soviética dos 22 anos até à data da sua morte acidental em França.

segunda-feira, 27 de março de 2023

 

 

 



 

Ingénua como as águas, diáfana como o dia,

Era pálida e loura, - Margarida sem par.

Ao influxo de sua alma celeste, amanhecia,

E era cheia de graça, como na Ave Maria:

Quem a viu não consegue esquecer seu olhar!

Uma doce e amável dignidade a investia

De não sei que prestígio distante e singular.

Mais que muitas princesas, princesa parecia,

E era cheia de graça, como na Ave Maria:

Quem a viu não consegue esquecer seu olhar!

(...)

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Amado Nervo

 

 

sexta-feira, 17 de março de 2023

 

 

 


 

 

Balada da Neve

 

 

Batem leve, levemente,

Como quem chama por mim.

Será chuva? Será gente?

Gente não é, certamente

E a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:

Mas há pouco, há poucochinho,

Nem uma agulha bulia

Na quieta melancolia

Dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,

Com tão estranha leveza,

Que mal se ouve, mal se sente?

Não é chuva, nem é gente,

Nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía

Do azul cinzento do céu,

branca e leve, branca e fria...

Há quanto tempo a não via!

E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.

Pôs tudo da cor do linho.

Passa gente e, quando passa,

Os passos imprime e traça

Na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais

Da pobre gente que avança,

E noto, por entre os mais,

Os traços miniaturais

Duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...

A neve deixa inda vê-los,

Primeiro, bem definidos,

Depois, em sulcos compridos,

Porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador

Sofra tormentos, enfim!

Mas as crianças, Senhor,

Porque lhes dais tanta dor?!...

Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,

Uma funda turbação

Entra em mim, fica em mim presa.

Cai neve na Natureza

E cai no meu coração.

 

 

Augusto César Ferreira Gil  (1873-1929)

 

 

Augusto César Ferreira Gil foi um advogado e poeta português. Passou a maior parte da sua vida na mais alta cidade de Portugal, Guarda, a "sagrada Beira", de cuja paisagem encontramos reflexos em muitos dos seus poemas...