segunda-feira, 14 de novembro de 2022
domingo, 13 de novembro de 2022
Al Centro Rayeante
Tu estás entre los cúmulos
Oro del cielo azul,
Los cúmulos radiantes
Del redondo horizonte desertado
Por el hombre embaucado,
Dios deseante y deseado;
Estas formas que llegan al cenit
Sobre el timón, adelantadas, y acompasan
El movimiento excelso lento,
Insigne cabeceo de una proa,
Cruzándose con su subir, con su bajar
Contra el sur, contra el sur,
Enhiesta, enhiesta como un pecho jadeante.
Tú vienes con mi norte hacia mi sur,
Tú vienes de mi este hasta mi oeste,
Tú me acompaña, crece único, y me guías
Entre los cuatro puntos inmortales,
Dejándome en su centro siempre y en mi centro
Que es tu centro.
Todo está dirijido*
A este tesoro palpitante,
Dios deseado y deseante,
De mi mina em que espera mi diamente;
A este rayeado movimiento
De entraña abierta (en su alma) con el sol
Del día, que te va pasando en éstasis*,
A la noche, en el trueque más gustoso
Conocido, de amor y de infinito.
Juan Ramón Jiménez
sábado, 12 de novembro de 2022
As Uvas e o Vento
Era o tempo de Pushkin,
A primavera plana,
Uma onda no ar
Como a vela pura
De um barco transparente
Ia pelas campinas
Levantando a erva e o aroma
Das germinações.
Perto de Leninegrado os abetos
Dançavam uma valsa lenta
De horizonte marinho.
Numa a Este
Marchavam os motores,
As rodas, a energia,
Os rapazes e as moças.
Trepidava a estepe,
Os cordeiros punham
Sua pontuação nevada
Na imensa extensão da ternura.
Vasta é a União Soviética
Como nenhuma terra.
Tem espaço
Para a menor flor azul
E para a usina gigante.
Tremem e cantam grandes rios
Sobre sua pele extensa
E ali vive
O esturjão que guarda envolto em prata
Diminutos cachos
De frescor e delícia.
O urso nas montanhas
Vai com os pés delicados
Como um antigo monge da aurora
De uma basílica verde.
Mas é o homem o rei
Das terras soviéticas,
O pequeno homem
Que acaba de nascer,
Chama-se Ivan ou Pedro,
E chora
E pede leite:
É ele, o herdeiro.
Largo é o reino e afofado
Com tapetes de erva e neve.
A noite apenas cobre
Com seu diadema frio
A cabeça, o cimo
Dos montes Urais,
E o mar lambe o contorno
De gelo ou terra doce,
Glaciais territórios
Ou países de uva.
Tudo possui:
A terra em movimento
Como uma vasta empresa
Onde deve,
Desde que nasce,
Cantar e trabalhar,
Porque o reino fecundo
É obra de homens.
Antes foi escura a terra,
Fome e dor encheram
O tempo e o espaço.
Então na história
Veio Lênin
Mudou a terra,
Depois Stalin
Mudou o homem
Depois a paz, a guerra,
O sangue, o trigo:
Dificilmente tudo
Se foi cumprindo
Com força e alegria,
E hoje Ivan herdou
De mar a mar a primavera rubra,
Por onde te levo pela mão.
Escuta, escuta
Este canto de pássaros:
Silva a prata no temor molhado
De sua voz matutina,
Eu o persigo entre agulhas
E leques de pinheiros
Outro canto responde,
Povoa-se o bosque
De vozes na altura.
De bosque a bosque cantam,
De semana a semana,
De aurora a aurora mudam
Trios recém-nascidos.
De aldeia a aldeia se respondem,
De usina a usina,
De rio a rio,
De metal a metal, de canto a canto.
O vasto reino canta,
Se responde cantando
Orvalho têm folhas
Na manhã clara.
Sabor de estrela fresca
Tem bosque.
Como por um planeta
Vai lentamente andando
A primavera pela terra russa,
E espigas e homens nascem
Sob seus pés de prata.
(Pablo Neruda)
(Tradução de Carlos Nejar)
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