segunda-feira, 25 de abril de 2022

 

 


 

 

25 de Abril – O dia em que nasceu a Liberdade

 

 

A Cor da Liberdade

 

 

               Não hei-de morrer sem saber

               qual a cor da liberdade.

 

               Eu não posso senão ser

               desta terra em que nasci.

               Embora ao mundo pertença

               e sempre a verdade vença,

               qual será ser livre aqui,

               não hei-de morrer sem saber.

 

               Trocaram tudo em maldade,

               é quase um crime viver.

               Mas, embora encondam tudo

               e me queiram cego e mudo,

               não hei-de morrer sem saber

               qual a cor da liberdade.

 

Jorge de Sena   

(1919-1978)    

 

Viola Sado Artist

 

domingo, 24 de abril de 2022


 Leonard Cohen Street art

 


 

 

 

 


 

 

Esta é a manhã da consciência!

Voemos juntos! Desperta! Segue-me!

Há um lugar livre da dúvida e da tristeza,

Onde o terror da morte não impera.

 

Lá, florescem bosques em eterna primavera,

E sua fragrância faz avançarmos mais e mais.

Imerso nela, o coração, qual abelha, se inebria.

Imenso nela, já não quer outra alegria.

 

Kabir    

 

Bhagat Kabir Yi (San Kabir)

 

(Varanasi, ca. 1440 - Maghar, ca. 1518)

 

 

Kabir  foi um dos grandes poetas místicos ou santos-poetas da Índia medieval (Século XV), cujo escritos influenciaram o movimento bhakti do hinduísmo.

 

 

 

 


 

quinta-feira, 21 de abril de 2022

 

 

 



Antes que o mundo acabe,

deita-te e prova

Esse milagre do gosto

Que se fez na minha boca

Enquanto o mundo grita

Belicoso...

E nos cobrimos de beijos

E de flores...

...antes que o mundo se acabe.

Antes que acabe em nós

Nosso desejo.

 

 

Hilda Hilst, 

 

Poetisa, escritora e dramaturga brasileira (1930-2004).

 

 

quarta-feira, 20 de abril de 2022

 

 

 

 

Slava Ukraini    💙🇺🇦💛

 

A violência é o último refúgio do incompetente.

 

Isaac Asimov

 

Isaak Yudavich Azimov; Petrovichi foi um escritor e bioquímico norte-americano, nascido na Rússia, autor de obras de ficção científica e divulgação científica. 

 

 








Se eu morrer de manhã

Abre a janela devagar

E olha com rigor o dia que não tenho

Não me lamentes. Eu não me entristeço:

Ter tido a noite é mais do que mereço

Se nem conheço a noite de que venho.

Deixa entrar pela casa um pouco de ar

E um pedaço de céu

O único que sei.

Talvez um pássaro me estenda a asa

Que não saber voar

Foi sempre a minha lei.

Não busques o meu hálito no espelho.

Não chames o meu nome que não tenho

E do mistério nada te direi.

Diz que não estou se alguém bater à porta.

Deixa que eu faça o meu papel de morta

Pois não estar é da morte quanto sei.

 

 

Rosa Lobato de Faria