Eu tinha minhas mãos cheinhas de tesouros
a mim tão preciosos:
trabalhos de ouro e prata e pedras de valor.
Era o que eu possuía e eu lhe votava amor.
O Mestre veio a mim e pôs nas minhas mãos
as Suas mãos varadas
e o meu precioso haver das minhas mãos caiu:
joias despedaçadas
rolaram pelo chão e meiga voz se ouviu:
“Espalma as tuas mãos; sou Eu quem deve enchê-las.
Vazias quero-as te, para servir-me delas!”
Eu tinha em minhas mãos as marcas do trabalho
e as manchas do pecado.
Por isso o meu trabalho alvura não mostrava
e, porque era manchado, o seu valor baixava.
O Mestre veio a mim e pôs nas minhas mãos
as Suas mãos sangrentas
e o sangue das Suas mãos as minhas mãos lavou.
E, puras, alvacentas,
eu, com prazer, as vi; e o Mestre me falou:
“Limpa as tuas mãos manchadas do pecado
e vem depois: serás no meu serviço usado!”
Eu tinha minhas mãos trementes e cansadas,
jamais em prece unidas,
mas ocupadas sempre em mil trabalhos vis…
Numa pressão constante, exaustas e febris!…
O Mestre veio a mim e pôs nas minhas mãos
as Suas mãos serenas
e logo em prece ardente as minhas mãos uni.
Ocupações terrenas
perderam a atração e mansa voz ouvi:
“Conserva as tuas mãos serenamente em prece,
até que a agitação da tua vida cesse!”
Eu cria em minhas mãos haver força e firmeza
sem o poder divino:
entregue ao meu trabalho, ardente e ideal,
eu não obedecia à voz celestial.
O Mestre veio a mim e pôs em minhas mãos
as Suas mãos pesadas
e desde aquele instante a força me fugiu,
a menos que ligadas
tenhamos nossas mãos. e o Mestre concluiu:
“Só na fraqueza humana opera o meu poder:
se queres vê-lo em ti, resolve obedecer!…
“Limpa as tuas mãos manchadas do pecado
e vem depois: serás no meu serviço usado!”
Eu tinha minhas mãos trementes e cansadas,
jamais em prece unidas,
mas ocupadas sempre em mil trabalhos vis…
Numa pressão constante, exaustas e febris!…
O Mestre veio a mim e pôs nas minhas mãos
as Suas mãos serenas
e logo em prece ardente as minhas mãos uni.
Ocupações terrenas
perderam a atração e mansa voz ouvi:
“Conserva as tuas mãos serenamente em prece,
até que a agitação da tua vida cesse!”
Eu cria em minhas mãos haver força e firmeza
sem o poder divino:
entregue ao meu trabalho, ardente e ideal,
eu não obedecia à voz celestial.
O Mestre veio a mim e pôs em minhas mãos
as Suas mãos pesadas
e desde aquele instante a força me fugiu,
a menos que ligadas
Fanny Crosby
Fanny Crosby - nome imortalizado como génio criativo para quem o Céu foi o seu único limite
Frances Jane Crosby, também conhecida como Fanny Crosby Nasceu a 24 de Março de 1820 – Morreu a 12 de Fevereiro de 1915) foi compositora lírica conhecida por se tornar a mais prolífica autora de hinos sacros conhecida, a despeito de ter sido cega desde criança.
Com notável facilidade em compor, algumas canções surgiam em poucos minutos. Utilizou mais de 200 pseudônimos para escrever mais de oito mil hinos, o que faz dela um dos maiores nomes entre os compositores cristãos. Seu primeiro hino foi composto aos 45 anos de idade. Muitas de suas canções encontram-se publicadas em diversos idiomas por todo o mundo.
Pouco depois disso veio a falecer seu pai. Quando tinha apenas seis semanas de vida ficou cega por causa de um erro médico. Esta deficiência acompanhou-a o resto da sua vida, mesmo assim, Fanny não se deixava abalar pelo problema. A sua convicção cristã não lhe permitia a melancolia. Esta certeza está nas letras dos seus hinos. Ela também já desde a sua infância dizia que tinha um pedido para o seu Criador. Ao entrar no céu, o primeiro rosto que ela gostaria de ver, era o do seu Salvador.
A perspectiva mais acertada para uma pessoa assim, seria o fracasso. Mas não para aquela menina, que se tornaria a mulher mais famosa da hinódia norte-americana. Chegou a ser muito conhecida por cinco presidentes dos Estados Unidos. Aos oito anos demonstrava seu futuro brilhante, quando já escrevia poemas. Aos quinze anos ingressou numa escola para cegos em Nova York, onde voltou depois para lecionar e passou o resto da sua vida. Nesta escola encontrou Alexandre Van Alstyne um músico, com quem se casou aos 38 anos, que também era cego.
Fanny tinha pouco mais de um mês de vida quando sofreu uma infecção nos olhos. O clínico geral estava fora da cidade e um outro médico fora chamado para tratar do caso. Receitou cataplasmas de mostarda quente e o efeito foi desastroso: a menina ficaria cega pelo resto da vida. O "médico" teve de fugir da cidade, tamanha a revolta suscitada entre os parentes e vizinhos da bebê.
Aos cinco anos, foi levada pela mãe para consultar o melhor especialista no país, o Dr. Valentine Mott. Uma coleta feita entre os vizinhos pagou a viagem. O pai de Fanny já tinha morrido e a situação financeira da família era muito difícil. O sacrifício, infelizmente, foi em vão, já que o médico decretou o caso como incurável. A menina teve então de acostumar-se às dificuldades, ao mesmo tempo em que demonstrava uma habilidade incomum para compor poesias.
Fanny foi evangelizada pela sua avó, que passava horas a ler a Bíblia para a ela, que demonstrava ter uma memória extraordinária: decorou diversos trechos do Livro de Rute e dos Salmos. Aos 15 anos, entrou para o Instituto de Cegos de Nova Iorque, para onde voltaria anos depois para ensinar Inglês e História. Como aluna e professora, Fanny passou 35 anos na mesma escola.
Em 1844, escreveu seu primeiro livro de poemas - "A Menina Cega e Outros Poemas".
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