Lagryma negra
Aperte fortemente a penna ingratta
entre os dêdos nervosos e trementes,
e os versos jórram, claros e estridentes,
n'uma cascata, n'uma cataracta!
Escrevo, e canto cânticos ardentes,
enquanto dos meus olhos se desata
uma fiada de lagrymas de prata
como um collar de pérolas pendentes...
Eu canto o soffrimento, a ancia incontida
de amor, que é a maior ancia desta vida,
- vida a que a Humanidade se condemna!
E todo o meu sofrer, todo, se pinta
n'este pingo de dor pingo de tinta,
lagryma negra que me cáe da penna.
Dante Milano, poeta brasileiro 1899/1991
Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/
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