I
Esse perfume teu, que assim me inunda
os poros, se te aperto, se te abraço,
deixa em meu sonho o venturoso traço
do rosal, que ao meu toque se fecunda.
Outra coisa não sou senão profunda
semente, pólen sobre o teu regaço,
puro estame de amor em que te enlaço
e enxerto em minha carne vagabunda.
Cheiras, amor, igual a esses jardins
mouriscos, de fragrâncias singulares,
cheiras, amor, como a alga dos meus mares
revolvida na areia entre jasmins...
E à nardo, a murta, a estio nos pomares,
e à alva espuma nos mares, dos delfins.
Rafael Duyos
(Espanha 1906)
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