A minha roseira – Baile, baile!
Já não tem botão – Bem bailado!
Poeta – A coisa?… Pois não:
O Parnaso a ser escalado,
O Desgostoso, o Sacristão,
A Clorose, o Desvairado…
O Incompreendido desempoeira
A pose ao sombrio lampião.
O Ingênuo: “a minha roseira,
Baile, baile! não tem botão!”
“Um botão na roseira, Bailado!”
– A seu passo o pé ritmado.
“Na roseira”… – Tarde demais! –
“Um botão” … – Natureza em flor!
– É pedicuro, é provador
Quem faz arte… e pouco mais!
Tu ris. – Pois ri! – Te acostuma
Ao fel, Mefisto gozador.
Absinto! e teu lábio escuma…
Diz que vem do peito esta dor.
Faz de ti tua obra póstuma.
Castra o amor… o amor – torpor!
A glória em miasmas se avoluma
Em teu mau pulmão, ó vencedor!
Basta. Agora vai!
Deixa antes
Tua bolsa – última amante –
E a arma – último camarada…
Essa pistola enferrujada!
… Ou bebe teu resto de vida
Sobre a toalha desservida…
Tristan Corbière
Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/
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