segunda-feira, 12 de junho de 2017





A Eugenio Montale

É festa no poente e eu sigo
em direção oposta à multidão
que apressada e alegre deixa o estádio.
Não olho ninguém e a todos olho.
Recolho um sorriso de vez em quando.
Mais raramente um amável aceno.

E não recordo mais quem é que eu sou.
Neste momento morrer não me agrada.
Morrer parece-me demasiado injusto.

Mesmo se não me lembro mais quem sou.

Sandro Penna



Tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti.
Fonte: http://revistamododeusar.blogspot.pt
Imagem: Pesquisa Google

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