terça-feira, 21 de março de 2017




TESTEMUNHA.

Caderno meu caderno.
Unidas tens as folhas por uma espiral.
Tens capa de flores pintadas.
Que riem assombradas.
Oh! Quanto tu sabes.
Quanto á tua guarda eu confio.
Há horas de frios glaciares
Derretendo em sal de lágrimas
Há risos felizes como prados em flor.
Há mistérios meio desvendados.
E poemas de amor inacabados.
Te olho folha alva.
Te fito enamorada.
Desculpa caderno.
Enamorada não de ti!
Mas da essência doce da palavra.
Por fim num traço leve.
Escrevo vento, jardins em flor!
Perfume de goivos, embriaguez de estrelas ao luar.
Ah! Véu de transparências, veste subtil da noite nua.
Ah!...
Dunas, divãs de estrelas.
Onde se reclinam os amantes.
Caderno, afável amigo, que escutas meus poemas.
Oh! Secreto amante, que resistes a todos os meus temas
Me acolhes, me dás alegria.
De eu ser,
A pétala ornada de poesia.



Augusta Mar.




Fonte: https://www.facebook.com/augustamaria.goncalves

Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/


ohn William Waterhouse 1895

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