Olho perdidamente.
O olhar vagueia descendo os degraus da tarde.
Tenho na boca a sede de água pura.
A saliva doce lembrando fome de beijos.
As mãos geladas despidas de caricias.
No peito o coração canta canções de saudade e mágoa.
Te sonho.
Vens caminhando sob a chuva do encontro.
Teus cabelos presos sob o chapéu de plumas.
Se mantêm enxutos, anelados.
Ansiosa escuto já teus passos.
Assumo a janela, onde a candeia acesa.
Faz altar.
Pois.
Sei que orei.
Tenho a certeza que virás.
Tenho frio desejo dessas mãos.
Sede de te beber o olhar.
A fome de te amar.
Vem, tenho já só a túnica vestida.
Vem, vem-me desnudar.
É frente á lareira que te quero amar.
Vem, entra, deixa na eira a lua feiticeira.
Augusta Mar
Fonte: https://www.facebook.com/augustamaria.goncalves
Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.