quinta-feira, 10 de novembro de 2022

 

 

 


 

 

Joelho

 

 

Ponho um beijo

Demorado

No topo do teu joelho

 

Desço-te a perna

Arrastando

A saliva pelo meio

 

Onde a língua

Segue o trilho

Até onde vai o beijo

 

Não há nada

Que disfarce

De ti aquilo que vejo

 

Em torno um mar

Tão revolto

No cume o cimo do tempo

 

E os lençóis desalinhados

Como se fosse

De vento

 

Volto então ao teu

Joelho

Entreabrindo-te as pernas

 

Deixando a boca

Faminta

Seguir o desejo nelas.

 

 

 

Maria Teresa Horta