sábado, 23 de maio de 2020





Poema VII: 24 de Simônides de Ceos



Videira, mãe da uva e do vinho que tudo apaziguas,
    possa a teia de tuas gavinhas tortuosas
florescer, exuberante, no chão fino e coroar
    a estela da tumba do teano Anacreonte,
para que ele, festeiro e ébrio do vinho a que é tão dado,
    tangendo sua lira de amante de rapazes
noite afora, sob a terra, tenha acima da cabeça
    os galhos com o esplêndido racimo maduro,
e que possa umedecê-lo sempre o sereno da noite
    que sua boca de ancião tão doce respirava.




Do livro Poemas da Antologia grega ou palatina.
Tradução José Paulo Paes

Simônides de Ceos (c. 556 - c. 468 a.C.)

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