sexta-feira, 20 de dezembro de 2019





Último Poema


É Natal, nunca estive tão só.
Nem sequer neva como nos versos
Do Pessoa ou nos bosques
Da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
Entre o fulgor dos cravos
E os dióspiros ardendo na sombra.
Quem assim tem o verão
Dentro de casa
Não devia queixar-se de estar só,
Não devia.



Eugénio de Andrade, in 'Rente ao Dizer'





Mary and Baby Jesus by Ray Downing See

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