quinta-feira, 21 de novembro de 2019






Olho pela janela e não vejo o mar.
As gaivotas andam por aí e a roupa vai secando no varal.
Manhã cedo, o mar ainda não veio.
Veio o pão, veio o lume e o jornal.
A saliva com que te hei-de dizer bom dia.
As palavras são as primeiras a chegar.
O que fica delas amacia o papel.
Pão quente com o sono de ontem e os sonhos de hoje.
Prepara-se o dia, os passos de ir e vir.
Estou cada vez mais perto.
Olhas-me como se soubesses o que hei-de saber mais logo.
Nesta cidade nunca é meio-dia.
Há sempre uma doçura de outras horas.




Rosa Alice Branco



Foto: Pesquisa Google

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