domingo, 7 de abril de 2019






Agora, vejam...


Agora, vejam como a rapariga passa
Tão bem, tão satisfeita, alegre, toda risos,
Com o formoso olhar resplendente de graça,
E à boca, a tilintar, uma porção de guizos.

Nenhum medo, nenhum, a incomoda e embaraça.
E os dois seios lhe são delicados narcisos
De seiva virginal. Com modos de ricaça
Ei-la no campo em flor, sem passos indecisos.

É que vive com ela e ela sente, extremosa
A alma feita verão, dulcíssima e piedosa
Daquele a quem beijava os pés, e que hoje em dia

Anda a dizer-lhe ao ouvido as coisas mais bonitas,
Encontradas no azul das plagas infinitas,
Onde tudo floresce e canta de alegria.



Juvêncio de Araújo Figueiredo




Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/

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