Agora, vejam...
Agora, vejam como a rapariga passa
Tão bem, tão satisfeita, alegre, toda risos,
Com o formoso olhar resplendente de graça,
E à boca, a tilintar, uma porção de guizos.
Nenhum medo, nenhum, a incomoda e embaraça.
E os dois seios lhe são delicados narcisos
De seiva virginal. Com modos de ricaça
Ei-la no campo em flor, sem passos indecisos.
É que vive com ela e ela sente, extremosa
A alma feita verão, dulcíssima e piedosa
Daquele a quem beijava os pés, e que hoje em dia
Anda a dizer-lhe ao ouvido as coisas mais bonitas,
Encontradas no azul das plagas infinitas,
Onde tudo floresce e canta de alegria.
Juvêncio de Araújo Figueiredo
Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/
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