Mors Amor
Nesses tremendos círculos da vida
Erras, clamando, aflita e delirante.
Ao céu levantas a alma soluçante,
De preces e de súplicas ungida.
Dentro do teu clamor exulcerante,
Sem rumo e só, de dores combalida,
Vagas por esses círculos, perdida,
E giras nesse sorvedouro estuante.
Buscaste o amor; e o mundo era um deserto!
Teu coração, de lágrimas coberto,
Em vão gritou por quem o acalentasse.
O amor nos ermos corações morrera
Árvores augusta, em plena primavera,
Que um sol maldito e bárbaro queimasse!
Artur de Sales, poeta, tradutor e escritor brasileiro (1879-1952)
Photo: https://www.pinterest.pt/cinafraga/
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