Olhei a manhã.
As rolas bravas em requebro de asas dançam
Ensaiam voos nupciais.
Dou ao meu olhar as rendas finas inacabadas da manhã.
Porque te vestes olhar meu de saudade?
No peito há movimento de asas.
Elevo as mãos.
Dou ao sopro de brisa minhas aves.
Brancas…
Raiadas de suspiros ternos, doces.
Procuro beber na taça dos dias o orvalho puro.
Passeio-me por entre as ervas verdes rociadas.
Tantos colares adornam o peito das árvores.
Sigo… Lá longe já os melros fazem sua festa de vida.
Celebram as aves inocentes a ventura dos ninhos.
Tudo acorda.
Já a flor da amendoeira empresta seu delicado perfume ao
vento.
Estou suspensa entre a realidade do momento
Tento esse equilíbrio entre o hoje e o voo dessa ave solta
do meu peito.
A saudade.
Eu!
Augusta Mar.
Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/
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