segunda-feira, 13 de novembro de 2017




Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.
O amor!Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaira,
De Messalina e de Sardanapalo?! 
Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
Alavanca desviada do seu fulcro   
E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!               

Augusto dos Anjos




Foto: https://www.pinterest.pt/cinafraga/

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.