DESVENDAI O OLHAR
Liberta, deixei para trás o casulo da crisálida.
Voei soberana vestida de asas leves.
Fiz caminho, rasei jardins. beijei flores.
Embriagada de perfume.
Subi ao topo de um cedro esguio.
Feliz embalada nos braços do vento amei a vida.
Tão longe minha visão contemplava.
Vales verdes, rios saltitantes.
O ventre da terra a explodir em flor.
colunas de fumo espessas, e translucidos seres cambaleantes.
Estremeci.
Pedi a uma ave branca leva-me até lá. disse levo.
mas
venda-me os olhos por favor. Como verás a rota então?.
Não temas, sou a paz.
Rasamos céus, adentramos poeiras.
enfrentamos chuvas ácidas.
Fizemos acrobacias para fugir das bombas que caiam como
meteoritos arder,
nas terras queimadas onde já jaziam as flores.
Esbogalhados meus olhos, seca minha boca pela sede das
fontes poluidas.
Pedi á ave branca aporta aí, num cato agreste a tentar
florir.
Como Borboleta duas gotas bebi.
Cansada adormeci.
Sonhei que amanhã
Na hora em que o sol nascerá
A humanidade cantará um hino de fraternidade.
Sei é sonho, ideia vã.
Visto-me de esperança.
Aconteça o milagre,
Soltas estão as aves da paz, rumo á liberdade!
Augusta Mar.
Painting by Serge Marshennikov
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