No centro do mundo
Oscilante geometria tranquila
presença suficiente do ínfimo e do amplo
No centro do tempo não há tempo
Tranquilidade para ir ao encontro de
Estou dentro estou aberto habito
um limpo rosto de desconhecida frescura
Ramagens dispersão de nuvens indícios ténues
Sou uma linguagem límpida com o vento
Bebo nas múltiplas nascentes
do espaço puro
Acendo-me e apago-me e é a claridade que muda
Tranquilidade das ramagens crepitação de brasas
Durmo silencioso e mais desperto do que nunca
Sou o ar que se dissipa no ar
Como me perdi quem sou as interrogações cessaram
Estou dentro e fora na densidade subtil
Não ha aqui imagens extravagantes rumores estranhos
Tudo se desenrola na lúcida amplitude tranquila
As palavras sucedem-se como vagarosas nuvens
O dia é limpido e lê-se como um livro aberto
António Ramos Rosa
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